Mostrando postagens com marcador assassino de um filho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador assassino de um filho. Mostrar todas as postagens

domingo, 16 de outubro de 2011

Um pai sempre um pai.


Preto e branco o  ódio e  na cor o amor.


Não foi nada fácil ver a face daquele desgraçado a dois metros de mim. O destino o, pois frente aos meus olhos, dos meus sentimentos e da minha dor. Dois anos antes, esse desgraçado matou o meu filho numa dessas festas Havei. Esse desgraçado metido em suas drogas, nem pensou duas vezes em enfiar a cabeça de meu filho debaixo de seu carro. Foi preso, pagou fiança e responde o processo em liberdade. Um país que têm leis que privilegia assassinos  só não vira uma carnificina porque a maioria das pessoas são do bem. E os vagabundos com esse desgraçado que matou o meu filho são poucos.
Quando vi esse desgraçado no bar bebendo, feliz, como se o meu filho não tivesse a menor importância, e não teve mesmo para ele. Senti os meus sentindo sair de mim e o violento ser que me habita dominou. 

Um vez Einstein perguntou a Freud se a violência no ser humano um dia desapareceria diante da evolução tecnológica e descobertas cientificas. Freud disse que não, porque a violência é natural do ser humano. Todos temos.

 E se todos têm, é natural.
 Resolvi seguir esse vagabundo e descobri onde ele mora e estuda. Não contando com mais nada na vida, nem Deus, religião, justiça eu me tornei um ser propulsionado apenas pela vingança. Vingar a morte de meu filho e limpar o mundo desses vagabundos. Se todos nós temos a violência, então quando alguém a pratica contra alguém desperta em outros a mesma violência  nesse alguém. É um ciclo, uma esfera, que quando se entra não consegue sair. E não consegui.

Um dia ao ver esse vagabundo sair da faculdade, o segui com o meu carro e o vi ir para o centro da cidade, e entrar num cinema pornô onde descobri que também se vendem drogas.
 Entrei nesse cinema, e procurei pelo vagabundo.
O cinema estava lotado, e havia um andar superior aonde as pessoas iam lá para transar. Havia alguns banheiros imundos e saletas escuras. E numa dessas saletas vi o desgraçado sair.
Corri para alcançá-lo. E sutilmente ofereci dinheiro a ele pra comprar mais droga. Eu disse que queria também. Ele nem perguntou como eu sabia que ele comprava drogas e tão pouco reconheceu o meu rosto. Pegou o dinheiro e foi para o fundo do cinema num lugar mais podre ainda, onde o cheiro de acetona e maconha sendo fumado dominava.
 O segui e vendo outro banheiro e foi quando empurrei aquele desgraçado para dentro, trancando a porta e o vendo passivo sem reação alguma.

Aquilo me irritou ainda mais.

 - Não se lembra de mim seu filho da puta. - gritei, ecoando a minha voz entre os sussurros de orgasmos e as frases de sexos que vinham do filme pornô sendo exibido.

Aquele desgraçado que matou o meu filho se manteve dominado pela droga, irracional. 

 - Você matou o meu filho! - gritei em desespero de minha dor e minha revolta 

 - Quem é o seu filho! - o desgraçado me perguntou. E então não resisti lhe dei um soco jogando-o para a parede onde ele caiu me olhando.

Aproximei-me com todo ódio do mundo e o peguei pelos colarinhos e meti outro soco, e depois outro, e ele ainda me olhando. De alguma forma aquilo me aliviava a dor da perda de meu filho, o ódio porque o matou e estava livre se drogando. Tomei o seu pescoço e comecei a esganá-lo.
Quando dois homens empurraram a porta do banheiro e entraram prontos para me pegarem.  Então deram vida aquele desgraçado e me socaram, eu não me conhecia, não sabia de todo ódio e violência que tinha e que me fez encarar aqueles dois homens.
Me baterão sem que eu senti-se dor alguma. E ao encará-los soquei os dois batendo com suas cabeças na parede, depois os tranquei no reservado e voltei para matar aquele vagabundo que matou o meu filho.

Caído ao chão, o pus a minha altura e armei o meu punho para lhe dar outro soco e amassar a sua cabeça como ele fez com o meu filho. Mas não pude.

Ele abriu os olhos, e vi em seu olhar o olhar de meu filho.
Tentei não ver esse olhar, mas não pude.
Não foi esse o pai que por toda a existência de meu filho lhe mostrei ser. Eu nunca bati em meu filho, eu sempre lhe disse sobre a força de se ser honesto, integro, e compreender os outros. Não, não  pude naquele momento trair tudo o que ensinei ao meu filho, matando outro filho. 
Embriaguei - me das lembranças de meu filho ouvindo com atenção os meus ensinamentos, os meus conceitos, o meu amor de pai para ele, e onde quer que ele esteja eu não pude deixar de ser o pai que sempre fui para ele.
 Eu não sei o pai que esse moleque que matou o meu filho tem, nem o pai que talvez um dia ele viesse a ser.  O que eu não pude, não poderia jamais é deixar de ser o pai que sempre fui para o meu filho.
E contrariando a observação de Freud, eu abri mão da violência. E deixei aquele ser cair e tentei ir embora, mas voltei. O Tomei nos braços e  sai do banheiro passando por pessoas que na droga nem se importavam com aquele ser que eu carregava. Talvez pensassem que fosse o pai daquele jovem, nem o porteiro do cinema se importou. Apenas olhou com estranheza. Botei o moleque no carro e o levei para o hospital. O mesmo hospital que vi o meu filho pela última vez. Paguei a internação e depois do diagnóstico do médico de que aquele cara que matou o meu filho estava bem. Fui para o cemitério rezar na sepultura de meu filho é mostrar mais uma vez para o meu filho, que podemos ser um pouco melhor do somos. De alguma forma ter sentindo o desejo de vingança e socado aquele jovem me fez bem.

E descobrir a força de entender os sentimentos e saber deles, me lavou a alma e me fez mais tranqüilo. Desde a morte de meu filho até aquele dia em que soquei o seu matador, o que habitava em mim era a dor, o ódio e desejo de me vingar.
Na verdade eu não podia olhar para o meu filho, na imagem que tenho dele dentro de minha alma, com ódio. E esse ódio é que tava matando o amor que ele tinha por mim eu por ele. A imagem dos olhos de meu filho com toda atenção para mim e amor dele, foi mais forte do que o meu ódio e dor.

Olá, se você gostou dessa história e quiser contribuir com qualquer quantia eu agradeço. E se não quiser contribuir, tudo bem, espero que tenha gostado. Obrigado.
Brasil
Minha conta
Banco Bradesco.
Conta Corrente. - 500946 -4
Agencia - 3034-1
Ulisses j. F. Sebrian

Hello, if you liked this story and want to contribute any amount I thank you. And if you don't want to contribute, that's fine, I hope you enjoyed it. Thank you.
Brazil
My account
Bank Bradesco.
Conta Corrente. - 500946 -4
Agencia - 3034-1
NOME: ULISSES JOSE FERREIRA SEBRIAN
IBAN: BR4460746948030340005009464C1
SWIFT: BBDEBRSPSPO
BANCO BRADESCO S.A.

Amar.

  Amar.   - Meus parabéns. – Ele disse num sorriso sincero, segurando milhões de tonelada de um sentimento que lhe pertencia. - Ah, ob...

os mais lidos