Sentei-me em frente aos seus pés, deliciando a sua sombra, caindo de admiração por sua existência.
Era uma tarde comum de Outubro levemente quente, depois de uma chuva que percorreu um rio aéreo de mais cinco mil quilômetros da Amazônia até São Paulo, desaguando as águas evaporadas sobre o verde mais verde do planeta. Antes nos meses de inverno a chuva vinha do sul, das frentes frias vindas da Antártica. Gelada e fundamentalmente bela caindo nesse trópico de capricórnio.
E eu apenas admirando tudo isso, e você imenso Jequitibá o observa a mais de trezentos anos. Ao seu lado uma imensa figueira, perigosa, predadora, se um fruto dela cair sobre os seus tronco imenso Jequitibá, ele germinara e crescera sobre ti sugando as suas seivas.
Mas é imenso e real. Real.
Como pode ser criado árvores tão grande, tão frondosa, tão frágil.
Por ser frágil é que me faz refletir. Todos somos frágeis. Todos somos frondosos. E único como um pé de Jequitibá.
Todos falam dos ipês, das paineiras, das jabuticabeiras, das cutieiras, jatobás, sapucaias ou angelins mas para mim, você pé de Jequitibá é a mais brasileira das árvores, mais que o pau-brasil. É imensa e frondosa como esse país. Acolhe todas as faunas em seus galhos imensos, cultivas todas as plantas em suas copas.
É de se admirar, porque uma força o criou e que necessidades da natureza em te criar.
Não pude resistir, chorei de emoção. De alegria, porque comida por imensos canaviais, estava lá admiravelmente sendo exibida um exemplo de criação.
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