Se não entrar e experimentar não vai saber como é! É assim quando se abre um livro!
A surpresa
Quando entrou correndo na biblioteca fugindo dos fiscais da prefeitura, Mariana que sempre teve muito dó de si mesma e trazia nos olhos o amargo de seu destino em que aceitou ser uma vendedora ambulante, se deu conta que havia outros mundos. Naquele dia não buscou nenhum livro, estava carregada de uma mochila com produtos que teria que vender.
A surpresa
Quando entrou correndo na biblioteca fugindo dos fiscais da prefeitura, Mariana que sempre teve muito dó de si mesma e trazia nos olhos o amargo de seu destino em que aceitou ser uma vendedora ambulante, se deu conta que havia outros mundos. Naquele dia não buscou nenhum livro, estava carregada de uma mochila com produtos que teria que vender.
- Porque será que todos
dizem que é bom ler!
Ela que não se dava esse
tempo, aceitou a curiosidade e voltou outro dia.
Ao entrar na biblioteca
então, sem a mochila com os produtos pra vender, foi seguindo a sua curiosidade
e indo a busca de alguns títulos.
Mariana sabia ler, e se
sabia ler porque não ler?
- Há muitos livros!
- Ah! Não vou ler não!
Desistiu.
Mas ao sair à curiosidade
falava ainda! Então Mariana, voltou fez a inscrição e pegou um livro que
devolveria em quinze dias.
E ao sentar-se no banco
do trem de volta para a casa leu:
“Todas as famílias
felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada um à sua maneira.”
- Nossa!
Mariana sentiu uma coisa
estranha em seu pensamento, e consequentemente em seus sentimentos. Ao ler a primeira frase do romance Ana
Karênina de Leão Tosltói. De alguma maneira a vida dessa aristocrática russa não
lhe cabia em sua vida e ao mesmo tempo pareciam iguais. Confuso! E mesmo assim
continuou lendo. Achando ruim algumas vezes, difícil outras vezes, mas
lendo. E no final do romance viu que
tinha muita de Ana, que os tempos eram outros, que os conceitos eram outros,
mas que as pessoas essas são sempre as mesmas ou parecidas. E que algo bastante
modificador havia tomado e lhe chacoalhado os seus pensamentos. Igual ao trem que a conduzia.
Ana Karênina sofreu por
um romance, mas foi até o final. Mariana
soube que não era a única sofrendo nesse mundo. A experiência em ler a vida de
Ana lhe deu um chão que a tirou de sua autopiedade e a fez com curiosidade e
esperanças ir buscar mais e mais experiências na biblioteca. Alimentar-se de
outras vidas na literatura preencherem os vazios que conhecia e não conhecia
dentro de si. Foi tão bom que valeu a
pena saber que a vida não é apenas a nossa dor, o nosso momento.
Afinal a vida é uma
surpresa e outra e outra, e outra. Isto é, caso você não se fechar em sua própria dor.
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