A guitarra na sua e nem ai para o
mundo, gritou os seus acordes.
Imperfeitos, impróprios talvez para bons ouvidos. Levaria uma década para apreender a tocar
como B.B.King. Mas e daí, a cenoura levou milhares de anos para ficar como uma
cenoura.
Do outro lado da rua algum barulho
estranho tocou os seus ouvidos. A guitarra ficou de lado, assim como os seus
pensamentos. Daiana olhou naquela direção. Uma oficina mecânica um ronco de uma
moto arruinou as notas que tinha em
menta para tocar a guitarra. Irritou-se com aquela novidade. Porque um ronco de
moto? Porque um cavaquinho, um piano ou mesmo um pandeiro. Era uma moto!
Centena de moto passou pelos seus tímpanos
e nunca se importou. Daiana desceu do vigésimo terceiro andar de sua vida, e
atravessou a rua. Uma nuvem parece
apenas uma nuvem a nossa desobeservação diária, metidos nos problemas alegrias
de nossos mundos íntimos. Beleza!
La estava o barulho a perturbar?
Mas o que perturbava... O ronco da moto? Não! A insistência do barulho?
Talvez! E ao chegar Daiane percebeu como
a uma composição de Chico Buarque a estranheza das coisas organizadas
poeticamente em nosso dia-a-dia, às vezes sem champanhe.
Agora etérea e leve logo após cair
de um penhasco do tamanho que se imagina quando cai. Viu a razão de sua irritação!
Ops! Curiosidade!
Alfredo! –Nome se sabe bem antes
das modas de hoje em dia. Cleversom, Kaique, Luan. – Tinha o seu jeito de
acelerar a moto e causar pausadamente uma vez e duas intensas o ronco, o
te-te-te-re-te... O bummmm e todas as interjeições que estão em nossa memoria
quando se diz moto. Para Daiane, no entanto era único e igual a nada que se
lembre. Assustador e gelo derretendo algo que lhe pertencia e escondera na Antártida
em sua alma.
Alfredo olhou para ela e não
sorriu. Ao acelerar a moto soube quando Daiane sorriu que eles seriam
parceiros. Daiane sem se importa se era
um bom ou não homem, trouxe a sua guitarra e sentou-se ao seu lado. Tocou suavemente
que se percebia apenas quando Alfredo nem ai para o mundo acelerava lentamente a moto .
Aquela oficina anos mais tarde
tinha Henrique de cinco anos que todos sabiam seria um bom baterista, talvez
pianista... Alfredo e Daiane que nunca estiveram onde não queriam não se importava
com as escolhas do filho, que um dia encontraria a sua nota certa nessa vida...
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Ulisses j. F. Sebrian
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