A inveja é prova de nossa dependência ainda dos sentimentos primitivos do egoismo e da vaidade. Superar esses sentimentos é vencer.
Diariamente sofremos batalhas contra nossas invejas. Sempre invejamos os outros. Sempre o outro. E exercer esse sentimento de inveja, é também exercer a perda de tempo. Perdemos o tempo que poderíamos estar vivendo, aproveitando, crescendo com o que nos pertence.
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Diariamente sofremos batalhas contra nossas invejas. Sempre invejamos os outros. Sempre o outro. E exercer esse sentimento de inveja, é também exercer a perda de tempo. Perdemos o tempo que poderíamos estar vivendo, aproveitando, crescendo com o que nos pertence.
Nunca
é uma batalha fácil, e perdemos constantemente porque outros sentimento mais
forte impera em nós. O egoísmo, e com ele a Vaidade que juntos tornam a inveja,
um sentimento dominador que nos desmonta de qualquer possibilidade de
felicidade. E tem ainda aqueles que acreditam, mais na inveja e não acreditam
na felicidade, ou aqueles que só
entendem que a inveja é o poder. Preferem
sentir a infelicidade em ruir o outro, mas não abrir mão de sua inveja.
Assim
Vanessa, ia à sua luta diária. Separada de Luiz Carlos, criava o filho João
Lucas, com toda a sua força e poder de mãe. Luiz Carlos pagava pensão
corretamente, e cumpria todas as demais
contas que Vanessa impunha a ele. Vanessa buscou um monte de cursos para filho:
inglês, natação, escolinha de futebol e violão.
-
Vanessa! João Lucas vai dar conta de tudo isso? Ele tem apenas 10 anos, precisa
brincar também.
-
Ele vai dar conta de tudo isso, sim. E você vai pagar. O que é? Não quer pagar.
-
Não é isso! Nosso filho precisa brincar. Ele já estuda numa escola de horário
integral. À noite o coitado chega e tem que ia pra futebol, violão No sábado
tem natação. Ele só tem domingo pra brincar. Ele está reclamando que anda
cansado.
-
Desculpa sua! Você não quer pagar. Que gastar seu dinheiro com a mulherada por
ai.
-
Não, não é isso! Eu estou pensando em nosso filho!
-
Meu filho!
Luiz
Carlos sabia que não adiantava argumentar. Vanessa ia até o fim, com sua
convicção.
Luiz
Carlos deu conta de pagar todos os cursos do filho proposto por Vanessa. Pagava
a pensão e todo o demais gasto, e ainda pagava o aluguel de seu apartamento. E
como todo homem, não consegue viver sozinho, logo arrumou uma namorada. Luiz
Carlos ficou feliz por essa namorada e essa felicidade expandiu e chegou até
Vanessa.
Que
furiosa, começou a pedir mais dinheiro para Luiz Carlos, comprar roupa que João
Lucas não precisava. Brinquedos que ele nem mais brincava e não tinha tempo
para brincar. Começou a corta os domingos de visita de Luiz Carlos.
Vanessa
não percebeu, mas sua inveja do ex-marido começou a afetar o filho, que cansado
de tanto curso, adoeceu. Vanessa logo culpou Luiz Carlos, que não disse nada.
João
Lucas foi internado com estresse emocional, esgotamento físico. Que os pais não
percebem, mas esta se tornando mais comum, porque as crianças não estão
brincando mais, os jogos eletrônicos não são brincadeiras. Crianças precisa
correr cair, levantar, entrar em contato com outra criança.
Vanessa
tinha compromissos com a empresa que trabalhava. Não podia abrir mão de perder
hora e dias para ficar no hospital ao
lado do filho. Pediu licença, mas foi negada. Pediu férias, mas foi negada.
-
Se quiser pede as contas. O Brasil tem 12 milhões de desempregado. Eu arrumo um
rapidinho. – disse o seu gerente.
Vanessa
engoliu a seco, e não podia perder o
emprego. Não podia deixar de cuidar de seu filho.
Vanessa
pediu para Luís Carlos cuidar. Ele aceitou e sua Namorada que estava de férias,
se prontificou a ficar com João Lucas o dia todo.
Vanessa
a principio se recusou. Mas os acontecimentos do destino lhe deu a oportunidade
de se livrar do egoísmo e da vaidade, e Vanessa aceitou.
Uma
noite quando Vanessa chegou ao hospital para ver o filho, Ana Paula estava lá
lendo para ele. A inveja de mãe lhe tomou a alma. Como aquela namorada de seu
ex-marido, agora lia para seu filho. Vanessa respirou a fundo e se aproximou
com um sorriso amarela e calma. Viu o perfil do rosto de Ana Paula, uma loira
de olhos azuis lindo de morrer. Corpo escultura sem a “gordurinha que Vanessa
adquiriu”. Sentiu inveja, muita inveja e raiva. Mas pelo filho respirou fundo e
aceitou.
Então
Ana Paula virou o seu rosto, e Vanessa controlou o seu susto. Uma imensa
cicatriz corria todo o lado direito, e Ana Paula tinha uma prótese no olho.
Ana
Paula sorriu.
-
Ele está bem melhor. – disse com cuidado.
Levantou-se
e cumprimentou Vanessa.
-
Oi, sou Ana Paula.
Vanessa
não deu a mão, e correu abraçar o filho.
-
Para mãe, ta me sufocando.
-
Eu te amo.
-
Eu também te amo.
Ana
Paula deixou os dois sozinhos. E foi até a lanchonete tomar um café. Não ficou
magoada com Vanessa por não ter lhe dado à mão. Estava feliz por ajudar. Depois
de tomar o café, voltou ao quarto e viu Vanessa alisando os cabelos do filho.
-
Se você quiser eu fico a noite com ele. Estou de férias mesmo.
Vanessa
beijou o rosto do filho que dormiu se levantou da cama e se aproximou do Ana
Paula.
-
Eu te agradeço, muito mesmo.
Ana
Paula sorriu.
-
Não é nada! Eu faço o que posso.
Ana
Paula então sorriu.
-
Você pensou que eu era muita bonita. Por estar namorando seu ex-marido.
-
Mas você é bonita.
-
De um lado só do rosto.
-
O que foi isso.
-
Meu ex-marido.
Vanessa
arregalou os olhos.
-
Ele não aceitou a separação e jogou acido no meu rosto. Falou que eu seu não
fosse dele, não seria de mais ninguém. As pessoas pensam que são donas umas das
outras.
Vanessa
entendeu toda a sua vida, no rosto de Ana Paula. E sorriu.
-
E você e Luiz Carlos.
-
Ah, ele me aceitou com essa queimadura.
-
Luiz Carlos é um homem mesmo, nunca me relou a mão.
-
Sim ele é homem mesmo.
-
Ele gosta muito de você.
-
Ele disse?
-
Não, mas eu o conheço. Sabe de uma coisa! Ele está muito feliz por ter você.
-
Você acha!
-
Sim, Ana Paula. Você tirou a sorte grande.
-
Mas...
-
Eu?
-
Sim...
-
Eu tive a maior lição da minha vida.
Vanessa
olhou para o filho dormindo.
-
Como eu pude fazer isso com meu filho.
Agora me sinto feliz por ter vencido a inveja, o ódio que sentia por
Luiz Carlos por ter me deixado.
-
Eu sinto muito.
-
Não sinta! Dê seu amor a esse homem que merece. Eu tenho um filho, lindo que
amo tanto. E preciso exercer esse amor, e esquecer a inveja de Luís Carlos. Eu
não quero ser o monstro do seu ex-marido. Não é só acido que marca as pessoas,
são as palavras e as atitudes. Você me
ensinou isso.
Ana
Paula sorriu.
Vanessa então encontrou a sua felicidade vencendo a
sua inveja.
Mas
aliviada Vanessa convidou Ana Paula a
tomar um café.
-
Eu pago! – disse tão feliz como nunca se sentiu antes.
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