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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A sombra da cantora Lunar- parte III

A sombra da cantora Lunar- parte III

Lunar que já cantava nas noites paulistana, sabia que para ter uma boa apresentação é preciso concentração, cuidados com a voz , exercícios de respiração e a tranquilidade de um boa oração. Fez tudo isso mas assim que ouviu o seu nome ser chamado pela voz singular de Raul Gil,  caiu de toda a sua tranquilidade e sentiu os pés formigarem. Respirou fundo, não podia naquele momento se abater e ter apresentação desastrosa. Respirou mais uma vez, se benzeu, e entregou-se a luz do palco e ao sorriso de Raul Gil. Focou na tranquilidade que precisava ter para cantar bem. E respondeu algumas perguntas e descontraiu com a descontração que Raul sabe ser necessário e quando os primeiros acordes de Sinónimos então Lunar se entregou a musica toda ao seu momento ali no palco, a atenção do publico e pode cantar realizando um sonho que até então por toda a sua vida buscou. Agradou é claro e quando terminou, Raul Gil perguntou há quanto tempo ela cantava!
- Ah! Desde sempre!
E, quando foi para o júri, todos afirmaram que ela tinha presença de palco e uma voz de cantora jazzistica e que certamente brilhara. Lunar segurou as suas lágrimas ali no palco quando foi classificada e desabou a chorar de felicidade nos bastidores. Era uma felicidade que não pode dizer além de um imenso sorriso e lágrimas fartas.  No intervalo do programa um dos jurados vei-lo lhe dizer que ela era ótima , e poderia explorar mais a sua voz com outras canções. E sugeriu, Vapor Barato e Como nossos pais.
Tranquila,Lunar  buscou naquele conselho uma lapidação para o seu talento.
É claro que na segunda feira, Bete era a ira dos deuses em pessoa, e propositalmente chegou mais cedo para não ter que deparar com ninguém no vestiário, mesmo sabendo que ali havia uma comemoração. Todos cumprimentaram Lunar, e quando Bete soube que o gerente geral mandou lhe parabeniza, não almoçou naquele dia. Dizendo que tinha contas a pagar e usaria o horário do almoço para isso, tomou o seu carro e saiu em sem rumo, parando numa praça onde enraivecida chorou o porque aquela desgraçada se dava tão bem e ela não. O porque aquele talento maldito e ela, não. Não era justo.
- Certamente aquela desgraçada vai se dar bem! E eu vou acabar como  encarregada de setor nessa merda de empresa. Não, não, não. A vida não é justa, não é justa.
Por alguns minutos Bete, chorou, remoendo todo o desprezo que tinha por Lunar.Amargurou aquilo que não conseguia controlar dentro de si, o desejo de ser Lunar, não sendo o que ela Bete era. E quando voltou a trabalho, para o seu cargo de encarregada de setor parecia outra pessoa. Quieta, compenetrada em suas planilhas sem olhar para os lados. Todos perceberam que Bete não estava Bem.
E naquela semana, Lunar havia escolhido a canção Como nossos pais! E mais uma vez foi aprovada.

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