domingo, 27 de julho de 2014

Um trecho do romance "Que reze a vida" .


Cap. 5

        Descer também não era fácil, mas era a melhor opção. Saíram em direção oposta do veículo. Atílio tomou Rogério ao ombro novamente e com o peso da mochila e das armas quase não suportou. Cuidadosamente foi colocando pé até pé em local solido e quando possível segurando-se na vegetação. E essa vegetação era um apoio. Toda a serra da Bodoquena é remanescente da mata atlântica, portanto uma mata densa, forrada de arbustos e folhagens entre árvores grandes e outras tentando crescer, o que facilitava Atílio carregar Rogério, vez por outra se apoiando nos troncos de algumas árvores.

A menina ia atrás com a lanterna tão calada que Atílio com dificuldade se virava para ver se ela o seguia. Era claro que todos queriam sobreviver ao acidente.

E com toda a dificuldade iam conseguindo chegar ao solo da floresta.

Rogério então acordou e se viu nos ombros daquele sequestrador maldito. Viu que estava sem as armas e tentou entender porque aquele sequestrador o carregava e já que estava sendo apoiado por ele aproveitou e apoiando-se firme com a perna esquerda, puxou o pescoço de Atílio e lhe deu uma gravata.

- O que esta fazendo. Pare com isso. – disse sufocando Atílio pego de surpresa.  E para tirar o braço forte de Rogério de seu pescoço soltou a mão das árvores. Rogério perdeu o equilíbrio e ao cair puxou Atílio consigo e ambos rolaram entre a vegetação e ajuntados pela força da queda.

Caíram sobre pedras desconfortáveis, acertando um e outro com dores nas costas e na cabeça. E mesmo assim Rogério insistia em segurar o pescoço de Atílio, o colete aprova de balas ajudou a amortecer a queda de Rogério e exerceu sobre Atílio mais peso.

- Você quer acabar comigo? Quer! Mas não vai... – gritou Rogério.

Atílio então para se salvar apertou a fratura de Rogério causando-lhe imensa dor e este o soltou. Atílio poi-se em pé, ajeitou a sua mochila e as armar, enquanto Rogério gritava de dor.

A menina apareceu logo em seguida correndo com a lanterna acessa, e minutos depois a alguns metros dali onde estavam caídos o veículo despencou ladeira abaixo indo e indo, removendo matas e por fim desapareceu causando um silêncio a todos.

- Você quer um analgésico? – perguntou Atílio a Rogério ainda deitado sobre as pedras.

Rogério que entendeu que Atílio havia salvado a todos aceitou.

- Tá doendo muito. – disse.
 
Disponível no site Clubedosautores.com.br  ou  clique aqui http://migre.me/kFms3

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Amar.

  Amar.   - Meus parabéns. – Ele disse num sorriso sincero, segurando milhões de tonelada de um sentimento que lhe pertencia. - Ah, ob...

os mais lidos