Na vida fazemos escolhas que nos leva ao limite de extremos da sobrevivência.
A escuridão do caixão ia me sufocando, o ar já me era pouco e minha
angustia por estar ali derramou em minha alma, e com os braços e as pernas
amarradas sentia a vida quando o carro trepidava na estrada esburacada entrando
na Cordilheira.
A certeza de que era a
minha última viagem foi crescendo e dando uma dor dentro do coração, da alma. E
com essa dor eu sim senti a vida, o que me desesperou ainda mais.
E o desespero me tomou pelo habito que anos deixara. Eu comecei a rezar. Não
rezava por mim, mas rezava por aqueles que eu ia deixar.
E ao lembra nos meus queridos, o desespero me tomou ainda mais.
Derrepente raios e trovões, sob o calor e então senti o meu corpo
rebater violentamente dentro do caixão, em piruetas como a uma montanha russa com
os seus altos e baixos. Nunca imaginei que a morte fosse assim praticamente acrobática.
E nesse evento, senti o caixão que eu estava ser arremessado e com o
impacto de uma queda batendo em algo, se espatifou jogando os seus pedaços ao
alto e junto eu que era parte daquele caixão foi arremessado por entre árvores
e galhos.
Foi uma dor terrível, mas eu não estava preocupado com isso. Vi
novamente a luz, o ar entrava pelas minhas narinas. E que bom eu estava vivo,
todo quebrado, mas vivo.
Eu me perguntei
se era o paraíso ou o inferno.
Eram as matas da Bolívia. Então
amarrado aos pés e mãos me levantei, e vi que o veículo que me levava naquele caixão
capotou, deixando um rastro ribanceira abaixo, com dois corpos estraçalhados e
alguns inteiros.
Eram os malditos homens
de Erquila, o capitão do cartel de cocaína daquelas
bandas. E certamente iriam me apresentar a ele e me “sepultar vivo”. Mas como a
um milagre dos milagres, o caixão que definiria a minha morte, me deu a vida. E
com dor e talvez uma perna fraturada eu estava vivo.
Mas os homens de Erquila, não irão deixar de cumprir o que ele pediu. Pagariam
com a morte se não fizessem. Então no alto da ribanceira, outro carro que vinha
atrás despejou alguns homens armados, que desciam com desespero para ver se eu
estava morto.
E como a vida havia me dado outra chance me esforce para merecer. Com
dificuldades comecei a esfregar uma das cordas numa pedra próxima até ela se
romper, depois com desespero desamarrei os pés
e comecei a correr. A ribanceira é de difícil acesso, mas os homens de
Erquila cumpriram a sua missão.
Comecei a correr, e alguns homens me viram. Atiraram como se eu fosse
um servo. Queria a minha carne. A abençoada floresta me ajudava a se esquivar,
mas os tiros cortavam as arvores.
A
floresta sabia que o mal estava agindo, ela silenciou-se. Talvez para assistir
o espetáculo de caça e caçador, ou por que é evoluída demais para se meter em
assuntos humanos.
Ao longe entre os tiros e os gritos daqueles demônios pude ouvir o
barulho de um rio, águas densas turvas e fortes. Era a vida me chamando
novamente.
Os demônios de Erquila aproximavam-se cada vez mais e novamente então
a morte pareceu me ganhar.
Escondi-me numa rocha imensa, enquanto eles passavam por mim.
E os
malditos foram em direção ao rio. Agora
eu estava atrás deles, e fiquei esperando pelo silêncio. Os tiros cessaram.
Certamente se tratava de uma armadilha daqueles putos. Mas o medo de que eles
voltassem e me pegassem se expandiu e não pude controlar. Sai
correndo em direção ao rio, e se saber
do tamanho desse rio, me joguei sobre as suas águas. Elas me salvariam. Somente
elas.
E enquanto as águas me levavam, pude ver alguns dos homens de Erquila
nas margens me procurando e ao me procura estavam desesperadamente salvando as
suas vidas.
A floresta assistia tudo.
As águas benditas do rio iam me curando. Eram corredeiras não muito
bravas, mas que me protegiam. Eu sei nadar, cresci nesses rios e florestas. E
mais adiante com a água calma, toquei a margem e segui o curso do rio me
levando a uma vila pequena.
Certamente território de Erquila, dali, seguiu pela
mata e pela margem até a divisa com o Brasil. Foram dias e noites, em que eu
comia verme e frutas coletada na mata, às vezes em alguma propriedade rural.
Às
vezes pensava que era uma benção, outras que nem o inferno seria assim. E ao
entrar no território brasileiro com clandestino, não temia ser preso.
No narcotráfico
eu estive sempre preso. E o que seria uma prisão! Quatro paredes ou a violência de não poder
respirar e ver a vida.
Agora eu ia para São Paulo, encontrar minha mulher que mandei há
meses, trabalhar com seus parentes em confecções de Coreanos. Talvez fosse outra
prisão, mas eu estava livre agora pra escolhe a minha prisão. Não prisão que o narcotráfico
me impôs, desde o doze anos quando me roubaram de minha família que nunca mais
eu vi ou soube.
Agora eu ia para família que crie. E livre por não ter matado três meninos
que Erquila ordenou e que por não ter matados eles o entregaram para a
policia um deposito de pasta de coca. Prejuízo imperdoável aos cofres de
Erquila.
Eu não podia mais matar meninos como ele queria. A vida agora me dera
uma mulher que estava esperando um filho meu. E isso ressuscitou a força em mim em ter uma família.
Eu não via hora de chegar a São
Paulo e ver o meu garoto.
A vida me pareceu agora com
horizontes. Que reze a vida.
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