Cap.
5
Descer também não era fácil, mas era a
melhor opção. Saíram em direção oposta do veículo. Atílio tomou Rogério ao
ombro novamente e com o peso da mochila e das armas quase não suportou.
Cuidadosamente foi colocando pé até pé em local solido e quando possível
segurando-se na vegetação. E essa vegetação era um apoio. Toda a serra da
Bodoquena é remanescente da mata atlântica, portanto uma mata densa, forrada de
arbustos e folhagens entre árvores grandes e outras tentando crescer, o que
facilitava Atílio carregar Rogério, vez por outra se apoiando nos troncos de
algumas árvores.
A
menina ia atrás com a lanterna tão calada que Atílio com dificuldade se virava
para ver se ela o seguia. Era claro que todos queriam sobreviver ao acidente.
E
com toda a dificuldade iam conseguindo chegar ao solo da floresta.
Rogério
então acordou e se viu nos ombros daquele sequestrador maldito. Viu que estava
sem as armas e tentou entender porque aquele sequestrador o carregava e já que estava
sendo apoiado por ele aproveitou e apoiando-se firme com a perna esquerda,
puxou o pescoço de Atílio e lhe deu uma gravata.
-
O que esta fazendo. Pare com isso. – disse sufocando Atílio pego de
surpresa. E para tirar o braço forte de
Rogério de seu pescoço soltou a mão das árvores. Rogério perdeu o equilíbrio e
ao cair puxou Atílio consigo e ambos rolaram entre a vegetação e ajuntados pela
força da queda.
Caíram
sobre pedras desconfortáveis, acertando um e outro com dores nas costas e na
cabeça. E mesmo assim Rogério insistia em segurar
o pescoço de Atílio, o colete aprova de balas ajudou a amortecer a queda de
Rogério e exerceu sobre Atílio mais peso.
-
Você quer acabar comigo? Quer! Mas não vai... – gritou Rogério.
Atílio
então para se salvar apertou a fratura de Rogério causando-lhe imensa dor e
este o soltou. Atílio poi-se em pé, ajeitou a sua mochila e as armar, enquanto
Rogério gritava de dor.
A
menina apareceu logo em seguida correndo com a lanterna acessa, e minutos
depois a alguns metros dali onde estavam caídos o veículo despencou ladeira
abaixo indo e indo, removendo matas e por fim desapareceu causando um silêncio
a todos.
-
Você quer um analgésico? – perguntou Atílio a Rogério ainda deitado sobre as
pedras.
Rogério
que entendeu que Atílio havia salvado a todos aceitou.
-
Tá doendo muito. – disse.
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