Haviam se casado há dois anos e pela primeira vez enfrentavam um desgaste.
- Viviane porque não vamos variar esse ano. Faz cinco anos que a gente passa o carnaval na serra. Como você sempre quer!
- Eu não gosto de gente, muita gente. Quero sossego.
Não havia acordo.
Por fim entre tantos argumentos. Kaique foi para passar o carnaval com os amigos no litoral. E Viviane foi para a Serra da Mantiqueira com os amigos. Aproveitou para descansar, fazer caminhadas sobre remanescentes da mata Atlântica e botar em dia sua leitura de Clarice Lispector que tanto amavas. Realmente ler Clarice Lispector é estruturante.
Kaique curtiu a praia, churrasco, noitadas de carnaval. Realmente a praia é muito relaxante.
Por
fim no último dia de Carnaval caiu uma chuva desigual em todo sudeste do país. Kaique
e seus amigos conseguiram voltar para a cidade de São Paulo, mas Viviane
permaneceu na Serra da Mantiqueira. Houve um deslizamento que impediu que todos
deixassem a região. Mas estava tudo bem com ela. Na verdade Viviane nunca se sentiu tão bem
quanto ser dona de seus gostos e prazeres. Mas sentia falta de Kaique.
Ele
voltou para casa e se viu só no apartamento. Divertiu-se na praia com os
amigos, mas gostava de mais de Viviane. Sentia sua falta. E aguardava com ansiedade a sua volta. E
enquanto isso descobriu um livro de Clarice Lispector que ela tanto gostava. O
leu de uma noite a outra.
E
descobriu que a simetria de Viviane lhe era fundamental.
Quando
ela voltou três dias depois do fim do carnaval. Ele a abraçou demoradamente
aliviado em sua alma por te-la em sua vida.
-
Você fez falta em minha geografia interna! Sabia!
-
Nossa! Você leu Clarice Lispector!
-
Li! Eu precisava ter algo de você na solidão dos meus dias aqui! E sabe de uma
coisa eu não consegui sair com os amigos nesses dias. Quando saio com os amigos
sabendo que você está em minha vida eu fico mais tranquilo, me divirto mais
porque sei que há alguém em minha vida.
-
Eu senti a sua falta, mas fiquei tranquila lá. Sabia que havia você em minha
vida.
Ela
então tomou seu tablet e leu uma de sua frase preferida de Clarice Lispector.
"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado:
pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as
incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido
carinho, pensei que amar é fácil.”
-
Entendeu.
-
Claro. Perfeitamente, perfeitamente para mim.
-
E para mim também.
Certamente
nunca concordariam com tudo e brigaram novamente, mas sabiam que as
incompreensões e atritos também existem e que não impedem o que um sentia para
o outro.
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