Chega um momento
em sua vida que não tem jeito, tudo parece cansativo demais. Desgastante
demais. Aconteceu comigo:
Depois de 25 anos trabalhando na mesma empresa, chegou esse momento em que não suportava mais acordar no dia e ir trabalhar; não suportava mais olhar para os mesmo rostos e pior de tudo, olhar para o retrato do fundador da empresa, que estava posto em todas as salas com o sorriso de sempre.
Dizendo pra gente. “Ai seus babacas, eu venci e vocês”.
Mas eu tinha que
continuar empregado. Tinha contas a pagar, escola das crianças, e tudo o que a
vida moderna nos suga.
Um dia cheguei em casa, cansado e exausto disse para a minha esposa que não queria conversa com ninguém. Tomei um banho demorado e fui dormir cedo. “a psicologia sempre diz que somo demais é fuga” e era mesmo. Eu queria deixar a realidade que estava vivendo. Sei lá fugir para outra dimensão, uma caverna escura ou para ilha da mulher maravilha...
E ao contrário de todos os meus desejos, eu me vi num caminho longo que eu tinha que atravessar. Claro que todos os sonhos trazem algo que está dentro de nós. E lá estava eu nesse sonho.
Então comecei a dar o primeiro passo. Depois outro e outro e percorri o imenso caminho. Eram os meus vinte e cinco anos na mesma empresa. E para minha surpresa, apareceu em minha frente à mulher maravilha (na verdade era a minha mulher), como eu desejei e ela me disse.
“Olhe a sua frente,
há dois caminhos. Escolha um”.
“Não tem jeito,
né! Tenho que escolher um e continuar a caminhado”.
Ela me sorriu.
“Se ficar parado,
será uma escolha. Mas o caminho está ai”.
De alguma forma aquele sonho me deu coragem. Acordei no meio da madrugada e não dormir mais. No dia seguinte a minha mulher, fez um café especial me serviu e olhou para mim.
“Você não
dormiu a noite toda. Bem, não tá dando mais não é mesmo”.
Eu apenas olhei
para ela.
“Não pode
continuar assim. É o emprego ou sou eu”.
“Bem, não é você,
nunca vai ser”.
“Então, parte para
outra”.
“Mas e a
casa, as contas”.
“Se continuar como
está você morre e ai... Deus me livre. Parte para outra, e se for preciso eu
volto a dar aulas... Não posso te perder...”.
E nem eu poderia
perder uma mulher dessa. Enfim escolhi o meu caminho.
Obs.: (Não vou concluir a
história por ser pessoal, não quero influenciar ninguém. Afinal somos livres
quando fazemos escolhas).
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